sábado, 3 de janeiro de 2009

Riqueza

E então, com os dedos na terra
Sangrando. O olhar distante
Elevou-se no homem um sentimento novo
Ninguém mais sobre a terra, ou sob o céu, ou sob o mar
Seu senhor seria

E seus farrapos, de tantas cores, seriam agora nobres trajes
E na encosta, seu torto barraco seria um templo

Ou um palácio...

Porque da mente do homem brotara um novo sentido...

Levado pelo vento, cantado pelas aves
Consagrado pelas águas
Avistado das montanhas
Perpetuado pelo tempo, em tantas horas estranhas

Ouça bem!
Feche os olhos!
Reflita!

Quando humilhado, desprezado, rebaixado
Seja a chama!
Sinta!

Só o amor perpetua, esta riqueza nua
Que nos liberta
Dos grilhões de tantas eras...

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa. Muito bonito.


Eu interpretei o poema como uma referência aos "grilhões de tantas eras". Mais precisamente, esse poema me fez pensar sobre os possíveis grilhões de algumas religiões, os grilhões que prendem o proletariado comum (sob uma ótica comunista) e pensei também sobre fim da escravidão.

Abraços, mestre!