terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Muros

Moro Lá no Alto, pertinho do sol
As crianças correndo pelos becos me enchem de esperança
Seus papagaios são um prenúncio de carnaval
Confetes na tristeza do dia

Lá embaixo há correria
Cada teco um sinal de hipocrisia

"A concordância é geral"
"Somos o povo da alegria"
"O povo cordial"

Mas a cidade está partida
E sangra por todos os lados
E o povo de baixo só olha pra cima
Quando a blindagem é ferida

Moro lá no alto

"Seria belo o pôr deste sol, não fossem os muros do nosso tempo...."


Rio, 01/01/2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom, bem político esse poema! Despois temos que discutí-lo, hein!

Abração!