terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sobre ventos

Ventos podem causar estragos, mas, às vezes, sacodem o pó de nossas memórias, revelando a verdade crua que permeia nossas vidas. Como instrumentos de revelação, os ventos são indispensáveis, porque nos elevam a alturas de onde as cores são mais claras, de onde é possível pensar em paz.

Passada a tempestade, de volta ao chão, é necessário então começar a agir.

Publico aqui, um desses ventos revolucionários, na forma de arte, do disco Malabaristas do sinal vermelho, do cantor e compositor João Bosco.

Malabaristas do sinal vermelho

Francisco Bosco e João Bosco

Daqui de cima da laje se vê a cidade

Como quem vê por um vidro o que escapa da mão

Uns exilados de um lado da realidade

Outros reféns sem resgate da própria tensão

Quando de noite as pupilas da pedra dilatam

Os anjos partem armados em bondes do mal

Penso naqueles que rezam e nesses que matam

Deus e o diabo disputam a terra do sal


Penso nos malabaristas do sinal vermelho

Que nos vidros fechados dos carros descobrem quem são

Uns, justiceiros, reclamam o seu quinhão

Outros pagam com a vida sua porção

Todos são excluídos da grande cidade

Uns, justiceiros, reclamam o seu quinhão

Outros pagam com a vida sua porção

Todos são excluídos da grande cidade

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa! Sem comentários!

Lindo!

Abraços, mestre!

Anônimo disse...

Fala, meu amigo! Tudo bem?

Acabei de fazer algumas atualizações no meu blog. Quando der, dá uma passadinha por lá.

Abração!

Anônimo disse...

Grande mestre Jorge! Tudo bem?

Jorge, queremos atualizações e mais poesias! Afinal, você é o meu amigo de apelido Poeta.

Abração!