sábado, 12 de abril de 2008

Solidão


Li, recentemente, um livro que tem me perseguido há muito tempo.

Devia ter mais ou menos 16 anos quando tentei lê-lo pela primeira vez. As coisas no início caminharam bem, mas por algum motivo inesperado comecei a me perder naquelas páginas e simplesmente interrompi a leitura; mas não pra sempre.

Agora, 6 anos depois, retornei a esta obra-prima. Refiro-me ao Cem Anos de Solidão, do Gabriel Garcia Marquez.

O que é a aventura humana sobre a Terra? Qual o valor e o significado de nossos sonhos, nossas aspirações? Em outra palavras, quem somos, realmente, e o que nos move?
Essas questões não não necessariamente respondidas no livro, mas são abordadas de maneira tão comovente e tão lúdica que ao terminar o livro - sim, eu terminei - fiquei com a sensação de ter vivenciado na pele as experiências de cada personagem. Assim são as boas histórias; tocam na essência humana, são simples, mas não simplórias.

Já li resenhas do livro que o classificam como um retrato da América Latina - e não o deixa de ser -, mas a caminhada da família Buendia vai além; rompe as barreiras geográficas e linguísticas e se estabelece no imaginário de todos os seres humanos, num plano onde não há fronteiras.

Estão lá a tristeza, a loucura, a paixão, o sonho dos tiranos e dos heróis, e suas desilusões, a solidão que nos persegue.

Sim, a solidão que nos persegue, sejamos bons ou maus, ricos ou pobres, estejamos na cidade ou numa cápsula perdida no espaço.

Ela sempre estará presente; este fantasma que nos assombra, até o dia em que nos libertamos, e descansamos.


sábado, 5 de abril de 2008

Lúmini


Este post vai destoar um pouco dos outros. Não que eu não tenha poemas, mas eles ainda estão amadurecendo nas minhas gavetas...

Estava saindo da faculdade, distraído, no final da tarde da última sexta-feira. Foi quando percebi um cartaz muito bonito, anunciando uma peça de nome Matéria, de uma companhia de dança chamada Lúmini. Bem, fui conferir.

A peça aconteceu no auditório Roxinho, da UFRJ. Bonito auditório; tenho muitas histórias interessantes pra contar sobre esse lugar, mas isso fica pra outro post.

A questão é que me surpreendi, a começar pelo depoimento do diretor geral da companhia; um físico bailarino. É sempre bom ver pessoas que enxergam o mundo de uma maneira múltipla, não sectária, como o mundo realmente é.

O espetáculo é baseado na criação de efeitos sensitivos surpreendentes, através do uso de elementos como fumaça, luz , música, e, é claro, dança. Unindo conceitos de física, química e das artes, em geral.

Assim, formas incríveis são criadas na frente do público, como se tivessem vida própria; figuras geométricas bidimensionais e tridimensionais giram e se fundem no palco. É como uma animação fora da tela, feita ali, diante de todos. Como mágica.

E como toda mágica, é difícil expressar com palavras o seu verdadeiro significado. Por isso, indico a todos este espetáculo espetacular.

(Foto retirada do site: http://www.lumini.art.br/)