Poesia, arte de lançar olhares, de construir mundos...
Erguer impossibilidades, caminhar no meio etéreo
Poesia é diante da fome, do tédio, sorver do verso o fluido
Compor o universo (de possibilidades)
domingo, 19 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Ano novo
Para o ano que se vai...
Um amor não se foi; transformou-se (entender isso é um aprendizado)
Minha janela, de repente, se abre para outras
De onde novos ventos vem soprar
Às 7 da manhã, jovens vozes perguntam por mim
Penso especialmente nelas no sacolejar do trem
São Cristóvão
(Olha a água geladinha!)
Triagem
(Amendoim fresquinho é um real!)
Manguinhos
(Vai um coador aí?)
Bonsucesso...
É preciso descer!
Ano bom; não pude devorá-lo
Rio, quase 40 graus, 14 de dezembro de 2010.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Silêncios...
No jornal a pintura
Do bem contra o mal...
No silêncio é possível ouvir, quase ver
As infinitas histórias não impressas
Latejando entre a dor e a esperança
É uma cidade que muda, mas para quem?
Rodrigueana cidade!
Gemidos de prazer, fúria, vingança e ódio!
Bem e mal fazem amor nas tuas sombras maravilhosas
E dão-se as mãos, beijam-se, entre blindados, pipas e AR-15's
Sorrisos fascistas veem tudo na tela da TV
Nos teclados, dedos agéis derramam napalm sobre a terra de Noel e Cartola
Ninguém faz mais jura de amor no Juramento...
Do bem contra o mal...
No silêncio é possível ouvir, quase ver
As infinitas histórias não impressas
Latejando entre a dor e a esperança
É uma cidade que muda, mas para quem?
Rodrigueana cidade!
Gemidos de prazer, fúria, vingança e ódio!
Bem e mal fazem amor nas tuas sombras maravilhosas
E dão-se as mãos, beijam-se, entre blindados, pipas e AR-15's
Sorrisos fascistas veem tudo na tela da TV
Nos teclados, dedos agéis derramam napalm sobre a terra de Noel e Cartola
Ninguém faz mais jura de amor no Juramento...
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
Pés
pés descalços, molhados
pés num caminho
nunca minha certeza foi maior
nunca tão rei
nunca tão sozinho...
pés num caminho
nunca minha certeza foi maior
nunca tão rei
nunca tão sozinho...
sábado, 28 de agosto de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Barracão
Imagem por: Guilherme Quaresma.
Moro lá no alto
Vivo assim, na corda bamba
Meu lar é vermelho
Vivo assim, na corda bamba
Meu lar é vermelho
Texto por: Alberto de Lima, inspirado na imagem.
Publicado originalmente no blog Caneta, Lente e Pincel, em 14 de agosto de 2009.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Sou vento, sou pedra, sou o que quero...
Texto por: Alberto de Lima
Quando escrevo, coloco o mundo sob a ponta do lápis;
Rabisco amores, apago dores
Sopro a fuligem dos desertos
Viro a página quando me encho de palavras
Não há nada mais profundo do que uma folha em branco;
Nada mais amplo, nada mais quieto
Ouça o vento curvando-se nas pedras
Às vezes sou esse vento
Às vezes eu sou a pedra.
Imagem por: Rudy Trindade, inspirada no texto.
Publicado originalmente no blog Caneta, Lente e Pincel, em 10 de setembro de 2009.
Quando escrevo, coloco o mundo sob a ponta do lápis;
Rabisco amores, apago dores
Sopro a fuligem dos desertos
Viro a página quando me encho de palavras
Não há nada mais profundo do que uma folha em branco;
Nada mais amplo, nada mais quieto
Ouça o vento curvando-se nas pedras
Às vezes sou esse vento
Às vezes eu sou a pedra.
Imagem por: Rudy Trindade, inspirada no texto.
Publicado originalmente no blog Caneta, Lente e Pincel, em 10 de setembro de 2009.
domingo, 16 de maio de 2010
História de Pescador
Imagem por: Marcelo Damm.
Texto por: Alberto de Lima, inspirado na imagem.
Publicado originalmente no blog Caneta, Lente e Pincel, em 5 de outubro de 2009.
Eles Chegaram em uma tarde rubra; as nuvens pegavam fogo.
Aprendi a pescar com meu pai, que aprendeu como o pai dele, que aprendeu com o dele, e assim por diante, até a cabeça doer com tanta lembrança de pai.
Meus outros professores foram o mar e o vento.
O mar era aquela coisa de doido; ora manso e generoso - tanto peixe que a canoa chegava quase a virar -, ora bravio - de forma que a canoa virava de qualquer modo mesmo. Já o vento, conduzia nossos pequenos veleiros, quando a necessidade nos levava mais longe. Às vezes, mar e vento se juntavam e era cada onda que a gente só ficava na areia, as tarrafas guardadas, abestalhados.
Muita vez, nas ignorâncias da juventude, não dava atenção aos sinais. Partia sozinho, no enfrentamento de raios e tufão. Chegando em casa era aquela surra de mãe - pai ficava no balanço da cadeira, com um sorriso matreiro, de cachimbo na boca. Mãe ainda dizia: "Acuda, minha Nossa Senhora, que esse minino ainda me mata!". À noite, enquanto sonhava, me dava um beijo. E sorria.
Se foram em uma sexta-feira da Paixão. Por quarenta dias me retirei; remos em punhos. Alguns golfinhos e aves vinham me visitar, percebendo minha tristeza, pois tem muito bicho mais esperto e sensível que muito homem.
Superado o luto, voltei à vida de mar e peixe. Construí canoa e dei a ela o nome Gratidão, em homenagem aos velhos. Casei, tive filhas - duas sereiazinhas - e fui capitão de barco - o melhor que já existiu na vila.
O tempo foi assim passando. O sol deixando suas marcas na pele.
Até aquela tarde rubra, quando eles chegaram.
À bordo de Gratidão, vi o estranho barco surgir dentre as nuvens e pousar a meu lado. Olhei em volta, em busca de ajuda, mas ninguém me via.
Por um bom tempo ficamos ali; eu numa curiosidade só, o barco-balão a me encarar.
Foi quando uma visão na janela da embarcação me fez remar ao seu encontro. Os pescadores ao longe sorriam - vai ver, era uma boa história de pescador -, alheios ao que se sucedia em volta.
Na janela da nau, meus velhos também sorriam, a me esperar.
Aprendi a pescar com meu pai, que aprendeu como o pai dele, que aprendeu com o dele, e assim por diante, até a cabeça doer com tanta lembrança de pai.
Meus outros professores foram o mar e o vento.
O mar era aquela coisa de doido; ora manso e generoso - tanto peixe que a canoa chegava quase a virar -, ora bravio - de forma que a canoa virava de qualquer modo mesmo. Já o vento, conduzia nossos pequenos veleiros, quando a necessidade nos levava mais longe. Às vezes, mar e vento se juntavam e era cada onda que a gente só ficava na areia, as tarrafas guardadas, abestalhados.
Muita vez, nas ignorâncias da juventude, não dava atenção aos sinais. Partia sozinho, no enfrentamento de raios e tufão. Chegando em casa era aquela surra de mãe - pai ficava no balanço da cadeira, com um sorriso matreiro, de cachimbo na boca. Mãe ainda dizia: "Acuda, minha Nossa Senhora, que esse minino ainda me mata!". À noite, enquanto sonhava, me dava um beijo. E sorria.
Se foram em uma sexta-feira da Paixão. Por quarenta dias me retirei; remos em punhos. Alguns golfinhos e aves vinham me visitar, percebendo minha tristeza, pois tem muito bicho mais esperto e sensível que muito homem.
Superado o luto, voltei à vida de mar e peixe. Construí canoa e dei a ela o nome Gratidão, em homenagem aos velhos. Casei, tive filhas - duas sereiazinhas - e fui capitão de barco - o melhor que já existiu na vila.
O tempo foi assim passando. O sol deixando suas marcas na pele.
Até aquela tarde rubra, quando eles chegaram.
À bordo de Gratidão, vi o estranho barco surgir dentre as nuvens e pousar a meu lado. Olhei em volta, em busca de ajuda, mas ninguém me via.
Por um bom tempo ficamos ali; eu numa curiosidade só, o barco-balão a me encarar.
Foi quando uma visão na janela da embarcação me fez remar ao seu encontro. Os pescadores ao longe sorriam - vai ver, era uma boa história de pescador -, alheios ao que se sucedia em volta.
Na janela da nau, meus velhos também sorriam, a me esperar.
Texto por: Alberto de Lima, inspirado na imagem.
Publicado originalmente no blog Caneta, Lente e Pincel, em 5 de outubro de 2009.
Um sopro do passado
De vez em quando, é saudável revisitar o passado. Na verdade, penso que o passado está sempre presente, de forma que não há nem ele, nem o presente e, muito menos, o futuro.
As postagens que virão após esta compreendem parte do trabalho que publiquei no então nascente blog Caneta, Lente e Pincel, no ano de 2009.
São obras coletivas, onde o texto foi elaborado inspirado em uma imagem, ou vice e versa.
Espero que apreciem.
As postagens que virão após esta compreendem parte do trabalho que publiquei no então nascente blog Caneta, Lente e Pincel, no ano de 2009.
São obras coletivas, onde o texto foi elaborado inspirado em uma imagem, ou vice e versa.
Espero que apreciem.
sábado, 8 de maio de 2010
Paradoxo
Tal qual sardinha, enlatados,
Vamos nós, nas veias da cidade
A cidade que é o Mundo
Estranho paradoxo!
Tem todas as dores,
Todas as felicidades...
Vamos nós, nas veias da cidade
A cidade que é o Mundo
Estranho paradoxo!
Tem todas as dores,
Todas as felicidades...
quarta-feira, 5 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Poesia é barro
Leio na página em branco:
"Poesia é barro
Suja minhas mãos
Escorre sobre o solo
Atola meus pés"
Se eu soubesse, Poesia, o que és
Eu não seria
Não seria
Seria
Ser
Se...
"Poesia é barro
Suja minhas mãos
Escorre sobre o solo
Atola meus pés"
Se eu soubesse, Poesia, o que és
Eu não seria
Não seria
Seria
Ser
Se...
segunda-feira, 8 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Salve Momo!
"Mas é carnaval..."
Um sorriso passou pela janela
Pinto com cinzas a aquarela das ruas
Segue abaixo a programação dos blocos do Rio.
A gente se vê lá!
http://www.samba-choro.com.br/carnaval/2010/
Um sorriso passou pela janela
Pinto com cinzas a aquarela das ruas
Segue abaixo a programação dos blocos do Rio.
A gente se vê lá!
http://www.samba-choro.com.br/carnaval/2010/
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
Sempre em construção
Sempre em construção, moldados pelo tempo
Pelas feridas da vida, pelo alívio
De uma brisa num dia quente
Embora fracos,
Fortes
Por isso é preciso
Que seja dito
Não tenha pressa ou angústia
Em todos os cantos do mundo
De Nova Iguaçu ao Leblon
Do Alemão a New York
De Borborema à Terra do Fogo
O ser humano é esta estranha e bela
Faca que brilha.
Pelas feridas da vida, pelo alívio
De uma brisa num dia quente
Embora fracos,
Fortes
Por isso é preciso
Que seja dito
Não tenha pressa ou angústia
Em todos os cantos do mundo
De Nova Iguaçu ao Leblon
Do Alemão a New York
De Borborema à Terra do Fogo
O ser humano é esta estranha e bela
Faca que brilha.
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