Caminhei por volta de 15 min de minha casa até a igreja. No caminho, bandeirolas vermelhas tremulavam nas fachadas das casas, com a famosa imagem de um cavaleiro matando um dragão e com a enigmática inscrição "dia sem missa". Havia um churrasco em cada esquina, em casas e bares, com o feijão fervido em panelões de ferro sobre lenha em chamas.
Acho que nunca vi Quintino tão bonito de gente e alegria; gostaria que os demais dias fossem assim...
As fotos ilustram um pouco dessa experiência. Infelizmente, não consegui entrar na igreja, mas, de alguma forma, o espírito das pessoas transportava o clima de devoção para as ruas, misturando choro, velas, olhos fechados para a alma, flores e mãos estendidas para o alto ao clima de festa traduzido pela cerveja vendida a apenas R$ 1,50 e pelos diversos pagodes que ressoavam aqui e ali (Arlindo Cruz imperava na maior parte deles).
Na volta, um grupo de repórteres fazia um pequeno carnaval em torno de uma pessoa. Olhei bem e reparei que era o prefeito Eduardo Paes. Somente os repórteres pareciam dar atenção a ele. Ao me virar, no rumo de casa, um casal começou a desabafar sobre sua insatisfação com os reboques de carros particulares realizados naquele mesmo dia, argumentando que antes não havia esse tipo de "palhaçada" e que não havia muitas opções de transporte para lá, além de não existir estacionamento gratuito na região. Não sei bem o que dizer sobre isso, mas, tendo a concordar com o casal (palavra de quem sofre diariamente com o transporte público da região). De fato, vi muitos guardas municipais e carros da secretaria de (des)ordem pública no entorno da igreja.
Os tempos mudam, mas, pelo menos, é bom saber que a irreverência carioca permanece. Viva São Jorge! Via Ogum!