terça-feira, 28 de outubro de 2008

Olhar

Havia ondulações sobre as nuvens; oceano revolto se estendendo no infinito do céu.

Havia também sujeira; muitas pessoas na areia.

Eram tantos os olhares e eu lembrava, vendo aquele casal, da tarde naquela outra praia, onde fomos erguer nossos castelos. Tu amavas o mar, como eu, e desejavas, do fundo mais profundo da alma, que tudo ficasse bem. Não queríamos a sorte das coisas materiais, mas apreciávamos o macio colchão, no qual passávamos o tempo a olhar um para o outro.

E foi tão longo o tempo dessa exposição, que lá permanecemos; para não esquecermos quem éramos.

Vamos em frente. Há muito o que fazer, conhecer e admirar. Há muito com que se indignar. Mas vamos juntos. Sempre juntos; cada um, assim, na retina do outro...

Olhemo-nos, querida, olhemo-nos...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Vento

Dorme o Rio, ruas vazias,
E tu caminhas à beira-mar
O vento, docemente, em teu cabelo
Vem te beijar

Fui eu, quem mandou o beijo...

Há tanta dor neste mundo, tantos tiranos, de tantos ismos...

Vem, te proponho, amar é isso
É ter fé; e sorriso
É caminhar sem saber o risco
É dar a mão

Ao passar dos anos, envelhecemos
Vão-se os tiranos, morrem sedentos

Só não passa o vento

Eterna criança a brincar na tua pele...