Queria fazer um poema sobre a música, seus sentimentos, sua vibração. Daí, mandei logo os primeiros versos: "O toque ardente /De um violino...". Não foi com surpresa que o poema acabou se transformando em uma homenagem a uma terra tão distante e ao mesmo tempo tão próxima da gente, separada por esse rio chamado Atlântico...África!
Alma
O toque ardente
De um violino
Ao fundo
Batuque bom
De sexta-feira
Lavadeiras a derramar
Na roupa suja
Lamento morno
Nas corredeiras
Na colorida terra negra
Eu ouço, atento
De um rio rubro
Um grito sedento
De justiça
Ouçam agora, homens!
O comovente coro
De todas as eras
Eu sou África
Das terras áridas do Saara
Do solo pálido das savanas
Das nuvens brancas sobre as montanhas
Sou filho de Oxossi
Guerreiro das matas
Caçador de mim
Sou livre sim...
Rio, 07/06/2006
Um comentário:
Ih, eu me lembro mais ou menos de quando você escreveu esse!
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